terça-feira, 2 de julho de 2013

O Início

My Dear Diary

Apaguei todo meu blog de futilidades pra escrever apenas sobre uma pessoa: EU.
Eu sei, parece meio egoísta, mas acredito que as vezes o egoismo se faz necessário.
Por muitos anos me deixei levar por amizades, amores, fazia disso meu alicerce e por muitas vezes cai. Levantei, continuei e cai de novo.
Certo dia, um marujo* esperto, vendo a minha situação, me disse uma coisa que não saiu da minha cabeça:

"Árvore sem raiz, tomba com qualquer vento".

Eu pensei nisso por uns dias e vendo o geral das palavras dele eu comecei a me ligar nas minhas raízes. Família. Sempre fui uma pessoa muito família, muito ligada a minha mãe, mas nunca tinha parado pra pensar na importância disso pra minha vida.
Nessa época eu morava fora de casa e então resolvi voltar. Afinal de contas, o fruto não cai longe do pé, se eu tinha q criar raízes então que seria com a força das minhas próprias raízes.
A vida é bela. Tem suas belezas. O ciclo é certo. Tudo o que existe no mundo nasce, evolui e morre. E a vida levou a árvore mais linda e sábia do meu bosque. A árvore cuja raiz fortalecia todas as outras, secou, se foi. Meu vô morreu.

O luto veio, e como tudo na vida, se foi. Chorei a perda do meu avô, porém de certa forma a imagem da pessoa que ele era, do conhecimento, de tudo o que ele havia feito, tudo isso me consolava. Venho de uma família com a educação religiosa voltada para o espiritismo, então eu sabia que independente ele estivesse, ele seria acolhido e muito bem cuidado. Eu sinceramente acredito na evolução do meu avô, fomos acolhidos, minha família aceitou e evoluiu bem em relação a essa passagem, e eu sei que isso depende dos dois lados. Eu sinto a falta dele, mas eu entendo o ocorrido. Deus sabe o que faz.

Fiquei bem, mas apesar de eu estar viva e vendendo saúde, um pedaço de mim morreu por dentro. Não pelo meu vô, mas por mim.
Junto com ele, foi tbm a minha inocência, me vi obrigada a crescer, a mudar.
Por dias fiquei imaginando o que teria acontecido comigo se Deus levasse a minha mãe. Eu ainda sou uma arvorezinha sem raiz brotando na sombra feita por ela e me alimentando do que a sua raiz me da. Eu não sobreviveria. Eu amo a minha mãe mais do que tudo nessa vida. Esse mesmo impacto que eu sofri, me vendo frágil, ela tbm sofreu. Eu via nas palavras dela, a calmaria do desespero, do medo de ir embora e deixar seus frutos sem raízes.

Eu chorei.. muito.
Eu tinha que mudar... mas mudar dói.
Sair da zona de conforto é assustador.
Foi em Fevereiro, conversando com uma velhinha* sábia, que eu escutei um dos conselhos mais importante que eu já escutei na minha vida.

"Criança, a nossa evolução é individual. Viemos sozinhos e vamos sozinhos. Faz parte da evolução dos pais fazer o melhor para que os filhos evoluam, mas os filhos evoluem sozinhos. Pra crescer, imagine que você esteja sozinha. Vivencie a sua família, aproveite, mas crie as suas PRÓPRIAS RAÍZES. Tenha certeza que fazendo assim, tendo suas raízes fixadas, o ciclo da evolução entre "pai e filho" será fechado, voltando então a ordem de irmãos de espírito."

Agora, voltando ao que falei no começo, entende como não é egoismo?
Se eu não for por mim, quem será?
Eu preciso mudar, eu tenho que mudar, eu quero mudar.
Eu só não sei por onde começar.